O que preciso saber sobre cuidados paliativos?

De modo geral, é muito comum associar os cuidados paliativos à assistência voltada apenas para pacientes ao fim da vida, mas é importante desmistificar essa ideia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os cuidados paliativos são uma assistência que engloba o trabalho de uma equipe multidisciplinar voltada para proporcionar qualidade de vida diante de qualquer doença que ameace a continuidade da vida. 

Os cuidados paliativos são recomendados desde o diagnóstico de uma doença crônica e visa proporcionar qualidade de vida, conforto e alívio do sofrimento. Esse tipo de assistência envolve uma avaliação clínica minuciosa para entender e administrar possíveis agravos e sintomas no que diz respeito ao tratamento e evolução da doença. 

No Brasil, os cuidados paliativos começaram no início da década de 1990. Segundo informações da Academia Nacional de Cuidados Paliativos, o Brasil conta com mais de 191 serviços especializados nesta área.

Leia mais sobre cuidados paliativos e a importância do ambiente familiar nessa forma de cuidado

Atualmente, existem mais de 40 milhões de pessoas no mundo que precisam de cuidados paliativos a cada ano, segundo dados da OMS. Alguns que englobam esse tipo de procedimento são câncer, doenças neurológicas (Parkinson, Esclerose Múltipla, Alzheimer), algumas doenças genéticas (fibrose cística, DM, Síndrome de Down e outras), doença renal crônica, insuficiência cardíaca, aids avançada, entre outras.

Um dos grandes desafios é a conscientização sobre a importância desse tipo de cuidado, já que, em grande parte dos casos, essa assistência acaba ocorrendo de modo tardio. Mas o ideal é que os cuidados paliativos se iniciem o mais rápido possível.  

Como funciona a assistência?

O intuito é promover qualidade de vida e bem-estar tanto aos pacientes quanto a seus familiares. Assim, os cuidados paliativos buscam ter o foco no paciente e não na doença em si, buscando auxiliar no tratamento, no que diz respeito ao controle dos sintomas até o último dia de sua vida.

Vale destacar que essa assistência atua na prevenção e no alívio de sofrimento, procurando identificar precocemente possíveis situações. Esse procedimento envolve avaliação clínica cautelosa e tratamento da dor, juntamente com sintomas psicológicos, sociais, espirituais e físicos. Logo, viabiliza que o paciente possa viver com mais qualidade a cada dia. 

Veja abaixo alguns princípios dos cuidados paliativos de acordo com a Academia Nacional de Cuidados Paliativos:

• Busca proporcionar alívio da dor e dos sintomas;
• Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural da vida;
• Não acelerar e nem adiar a morte;
• Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente;
• Oferecer um sistema de suporte que possibilite o paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte;
• Oferecer um sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e no enfrentamento do luto;
• Promover a abordagem multiprofissional para focar nas necessidades dos pacientes e de seus familiares, inclusive no luto.