Julho é o mês de conscientização sobre as hepatites virais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) designou, em 2010, o dia 28 de julho como o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, para destacar a importância da prevenção, cuidados e tratamentos no ambiente domiciliar.
As hepatites virais são um problema grave de saúde pública no Brasil e em todo mundo. Trata-se de uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas. Ou seja, não apresentam sintomas.
Porém, quando presentes, as hepatites virais podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. De acordo com o Ministério da Saúde podem ser causadas por vírus, uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, bem como doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, com menor frequência, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte do país) e o vírus da hepatite E, menos comum no Brasil.
- Hepatite A: responsável pelo maior número de casos. Diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e pode se curar sozinha. Existe vacina.
Prevenção: Vacina contra a hepatite A (altamente eficaz e segura); lavar as mãos com frequência (especialmente após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos); usar água tratada, clorada ou fervida, para lavar os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos; cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes; lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras; não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto; evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios; usar preservativos e higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal, antes e após as relações sexuais.
- Hepatite B: 2º tipo mais frequente. Tem maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A vacina é a melhor forma de prevenção, associada ao uso correto do preservativo.
Prevenção: Vacina (principal medida, totalmente eficaz e segura); usar preservativo em todas as relações sexuais; não compartilhar objetos de uso pessoal, tais como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.
A testagem das mulheres grávidas ou com intenção de engravidar também é fundamental para prevenir a transmissão de mãe para o bebê. A profilaxia para a criança após o nascimento reduz drasticamente o risco de transmissão vertical.
- Hepatite C: neste tipo, o contato com sangue é a principal forma de contaminação. É a principal causa de transplantes de fígado. Pode causar cirrose, câncer de fígado e morte. Não tem vacina.
Prevenção: Não existe vacina contra a hepatite C. Para evitar a infecção é importante não compartilhar qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue de outras pessoas (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc); usar preservativo nas relações sexuais; não compartilhar quaisquer objetos utilizados para o uso de drogas.
Importante: toda mulher grávida precisa fazer no pré-natal os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, mas após o parto a mulher deverá ser tratada.
- Hepatite D: é causada pelo vírus da hepatite D (VHD) e ocorre apenas em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B também protege de uma infecção com a hepatite D.
Prevenção: A hepatite D ocorre em pacientes infectados com o tipo B. Logo, a vacina contra a hepatite B protege também contra o tipo D.
- Hepatite E: causada pelo vírus da hepatite E (VHE) é aatransmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se torna crônica, porém, mulheres grávidas que forem infectadas podem apresentar formas mais graves da doença.
Prevenção: A melhor forma de evitar a doença é melhorando as condições de saneamento básico e de higiene, tais como as medidas para prevenir a hepatite do tipo A.
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